Prezados,
Hoje em dia, muitos notebooks não vem mais com portas seriais ou paralelas, em razão da falta de espaço pela expansão de outras áreas dentro do notebook, além da redução de peso e tamanho. A falta dessas portas causou polêmica e um monte de problemas. Para alguns, uns padrões vem para substituir outros, mas na prática a coisa não é bem assim. Cada porta tem sua aplicação, algumas vezes não sendo possível substituir na íntegra todas as suas aplicações, ainda mais no caso das paralelas e seriais, que são portas fáceis de implementar e tem um "zilhão" de dispositivos funcionando até hoje.
As para portas paralelas podem acionar e desacionar pinos diretamente através de controle por software, função não disponível nesses falsos "conversores USB-Paralela", que na verdade apenas implementam uma impressora USB em cima de um conector DB-25, sem qualquer suporte a uma porta paralela de verdade. Para quem conhece programação, não existe na plataforma Windows nenhum método para controlar sinais da porta paralela.
Da mesma forma, as portas seriais são emuladas por software nos assim chamados "Conversores USB-Serial". Esses pelo menos tentam emular todas as funções da porta serial de verdade, e existe suporte na maioria dos sistemas operacionais para fazer isso.
Mas, como nem tudo são flores, mas vem da China, a maioria dos cabos que são vendidos no Brasil com essas funções estão num nível de qualidade muito ruim. A maioria dos distribuidores brasileiros, como Clone, Contac e outros, vendem um cabo conversor USB-Serial que usa um chip da empresa taiwanesa Prolific http://www.prolific.com.tw.
Para começar, os drivers que acompanham esses cabos são desatualizados. E não é uma "desatualizaçãozinha" qualquer. Muitas versões vem com drivers que habilitam apenas o pino RX do cabo, mas não o TX!!! isso faz com que o GPS nunca seja contatado, e assim, nunca responda. Uma simples atualização resolve este problema, desde que seja feita no site do fabricante do chip, e não no site do "distribuidor" brasileiro, que muitas vezes sabe menos que o usuário. É impressionante como se vende porcaria sem testar nesse país.
Apesar da atualização, até o momento em que essa mensagem foi escrita, o driver mais recente da Prolific tinha (ou ainda tem?) outro problema muito inconveniente, que é a perda de dados durante as transferências. Se o cabo for usado com um programa de terminal, como o Hyperterminal do Windows, apenas para digitar o texto a ser enviado, funciona uma belezinha. Mas quando é feita transferência de grandes quantidades de dados, como envio de mapas para o GPS, aparentemente há uma espécie de transbordo da memória do chip da Prolific, e parte dos dados são perdidos. Isso força um monte de retrasmissões, fazendo com que o envio de mapas para o GPS fique (ainda) mais lento. Às vezes a perda de dados é tão grande que aparecem algumas bizarrices no GPS, mas outro envio pode resolver o problema. De qualquer forma, se surgirem problemas após usar esses conversores, desconfiem dele e não do GPS. Aparentemente não é um defeito, mas uma falha no driver que o fabricante não está nem aí para corrigir.
De nada adianta tentar mandar e-mails para os distribuidores brasileiros, que vão se fazer de idiotas e responder que você é o único a reclamar (talvez até seja mesmo, afinal quem perde tempo procurando seus direitos?) e que não detectaram nenhum problema com seus produtos.
Pior ainda é mandar um e-mail para a Prolific, pois eles são aqueles tais "fabricantes de chip", que não vendem nem prestam suporte a usuário final. Mandam procurar o "fabricante" (o distribuidor brasileiro), que também não vai resolver o problema.
Algumas marcas estão livres desses problemas, porquê não usam o chip da Prolific (talvez existam problemas diferentes). Mas geralmente fica difícil pedir para o vendedor das Lojas Americanas testar na hora pra você um download de mapas gigantes para um GPS serial. Mesmo que você pedisse para ele instalar o conversor num micro para você ver se é da Prolific é um tanto difícil. Geralmente a maioria das outras marcas que ele também vende vai ter o mesmo chip, inviabilizando a idéia da troca por outra marca.
Apesar das más notícias, existem outras soluções, que apesar de poderem ser mais caras, resolvem em definitivo problemas de compatibilidade:
1. A mais indicada, obviamente, é uma porta real num notebook novo. Atualmente, a Dell é a única empresa que dispõe de modelos que vem com porta serial de fábrica. Se for comprar um notebook novo, se possível compre um da Dell!!!
2. Use uma placa PCMCIA/CARDBUS. Apesar de bem mais caras que um cabo conversor, essas placas são conectadas ao barramento PCI do notebook via interface CardBus, sendo vistas pelo sistema como portas reais (COM e LPT), sem auxílio de driver pra isso. Existe uma diversidade de placas PCMCIA/CARDBUS no mercado, disponibilizando todo o tipo de portas, inclusive portas seriais e paralelas reais. Apenas tome cuidado para ver se a placa é compatível com seu notebook, pois os padrões PCMCIA (16 bits) e CARDBUS (32 bits) possuem algumas poucas diferenças em relação ao tipo de cartão que pode ser utilizado. Os cartões que são no padrão CARDBUS normalmente possuem uma tarja metálica dourada no lado do conector que entra no notebook.
3. Use um port-expander ou docking-station. Esses dispositivos até podem se conectar ao notebook via USB, mas eles tem uma CPU que controla interfaces reais, junta tudo e manda via USB (ou outro protocolo proprietário) para o computador. Todos os dispositivos existentes no port-exapnder/docking-station são vistos pelo sistema como portas reais.
4. Use um notebook velho!! Aquele notebook antigo que você aposentou ou ganhou de presente pode ser um bom aliado para o envio de mapas. Mesmo que ele seja mais lento, normalmente possui portas verdadeiras. Os softwares da Garmin e o TrackMaker funcionam em Windows 98, assim não será problema utilizar o note antigo só para isso. Talvez ele demore um pouco na indexação dos mapas, mas a transmissão serial já é mais demorada mesmo...
Conclusões:
1. Cabo USB-Paralelo: esqueça, a não ser que utilize-o para ligar numa impressora paralela (ele só serve para isso);
2. Cabo USB-Serial: Pode ser utilizado com a versão mais recente de software e ignorando os erros malucos. Provavelmente eles serão causados por uma transmissão incompleta, repita o envio várias vezes até conseguir;
3. O uso mais confiável é através de uma placa PCMCIA/CARDBUS, que apesar de cara, justifica as dores de cabeça que você vai economizar;
4. Se tiver um computador velho, não jogue fora. Ele pode ser muito útil em muitos casos;
5. Se tudo mais falhar, use o seu desktop ao invés do notebook. Ele sempre tem uma porta serial (e às vezes paralela também) no painel traseiro.
Espero ter tirado as dúvidas de muitos. Um abração...
